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sábado, 5 de novembro de 2016

Educação igual para todos - Quando?





Em 2015, lancei um pequeno guia sobre Educação na Era Digital aqui:  http://www.learncafe.com/cursos/educacao-na-era-digital

E minhas sensações são confusas quando me deparo com uma matéria de Veja falando sobre duas grandes novas escolas que se instalam agora com um projeto educacional de ponta que vão trabalhar nos moldes de que falei no e book.

De um lado fico muito feliz em saber que as tais escolas chegam sob a batuta de grandes conhecedores da causa, por outro, me chateia ver o ar de desconfiança da matéria, como se a coisa fosse mais um experimento inútil.

Não é.

Mais feliz ainda é o fato de saber que Pernambuco já trilha esse caminho.

Me pergunto o que falta em estados como São Paulo para que o mesmo sistema de ensino seja implantado, ainda que a princípio façam isso em parte das escolas até atingirem um nível adequado para a expansão?

O e book que lancei em 2015 foi fruto de palestras que ministrei sobre o assunto. Nelas, já me espantei com um fato que realmente não esperava: 98% dos participantes eram professores de escolas particulares, embora o evento tenha sido mais divulgado em escolas públicas!

Definitivamente, para que o mesmo caminho seja trilhado pela educação pública, precisamos apenas treinar professores e construir uma mudança cultural que se faz urgente na educação.

Tudo bem, mudanças culturais não acontecem da noite para o dia, mas neste caso é preciso arrumar meios para que ela seja acelerada.

Estamos, de novo, perdendo o trem da história... 

E não é justo que apenas aqueles que podem pagar mensalidades na faixa dos 4 mil reais possam ter acesso a um sistema que de sofisticado não tem nada. 

Se continuarmos a deixar na mão da classe A o acesso à educação do jeito que ela precisa ser hoje, JAMAIS mudaremos as coisas, as diferenças de classe só vão crescer.

E enquanto isso nossos alunos continuarão a ocupar escolas protestando contra medidas inevitáveis, de fundamento totalmente econômico que lhes é desconhecido e por outro lado são fruto da nossa incompetência como eleitores e nossa falta de atenção enquanto cidadãos.

Que as novas escolas sejam bem vindas.

Que Pernambuco tenha muito sucesso.

E que o resto do país acorde! 

Um comentário:

  1. Patricia,
    É isso mesmo. Educação para todos e de qualidade. A Educação é a base de tudo e a cultura a base da educação.
    Em 1990 escrevi ao Jornal de SC e nada ou nada mudou:
    12/maio/1990
    O momento que estamos vivenciando nas questões políticas, corrupção desenfreada, e um “aparente comando” dos que estão a margem da sociedade, devem servir como um alerta para aquilo que todos almejam, um futuro melhor.
    Devemos ir a luta para uma mudança em nossa sociedade, que hoje é fraca , e que reflete o atual quadro que se apresenta, através de alguns políticos. Não adianta só por a culpa nos governantes, porque a eles atribuímos nossos votos. A maioria da sociedade é justa, honesta, porém "O que preocupa não é só o grito dos maus, mas o silêncio dos bons. Para que as forças dos marginais triunfem, basta apenas que as pessoas de bem não façam nada".
    Quando a força do bem prevalecer, uma sociedade mais politizada, teremos então um bom governo, pois será dessa sociedade, que escolheremos nossos representantes. O governo sempre é o reflexo da sociedade.
    Quero aqui reafirmar o que Herbert de Souza, o “Betinho” de saudosa memória, vinha sempre alertando, “possuímos mais de 20 milhões de cidadãos abaixo da linha de pobreza, Como também dizia que a Elite é o Pai e a Mãe da miséria, e se cada um de nós fizermos alguma coisa, vamos mudar esse Brasil”. E dizer que mudar o futuro depende de como se pensa o presente.
    Só pensamos na mudança, depois que acontecem os problemas, quando o correto seria a prevenção, um planejamento para evitar a convulsão social que pode chegar ao caos. É só observar o problema histórico na educação, e os sistemas penitenciários.
    A má distribuição de renda, maior problema nacional, como também do atraso na questão da reforma agrária, só será amenizado se melhorarmos a qualificação da nossa mão de obra, e isso só serão possíveis, com ação eficaz do Estado na educação básica. Entendemos que uma melhor distribuição de renda só vai acontecer quando a educação escolar básica for ofertada a todos e com boa qualidade, proporcionando igualdades de condições, qualificando melhor a mão de obra e como conseqüência um aumento do preço da mão de obra não qualificada, por diminuição de sua oferta.
    A Educação, sabemos, é dever do Estado e, vemos com os "bons olhos da esperança", que um dia cada criança, futuros cidadãos brasileiros, possam ver isso se tornar realidade.
    Diante de tanta desordem institucional, não podemos permanecer passivos, de braços cruzados, precisamos participar, deixar de ser omissos. A sociedade sem participação é fraca, oprimida, e desunida, torna-se palco das discussões mais polêmicas, de intrigas, todos sabem o que falta, mas não encontram o caminho. A forma de fazer, e as soluções não saem do chão, por falta de iniciativa e liderança. Precisamos ser organizados, idéias as mais diversas, diferenças de toda ordem fazem parte de qualquer grupo social. Ao juntar-se a fé, a esperança de cada indivíduo, podemos dizer que vivenciamos a verdadeira fraternidade, sonhada por todos nós. Não devemos cair no descrédito, isso fará com que percamos a esperança. Vamos fazer nossa parte.
    Arquivo Adalberto e Dalva Day e in memorin Dimas dos Santos.
    O autor é Cientista Social
    Adalberto Day 12/maio/1990

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