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segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Retrospectiva 2015





Ô ano esquisito!

Uma retrospectiva de 2015 poderia ser assim: 'Começou2015. Acabou 2015" tamanha a sensação de que os dias voaram.

E não tivemos essa sensação por causa de monotonia, ao contrário, parece que nosso cérebro teve dificuldades em registrar e posicionar no tempo e no espaço tantas coisas malucas.

E também não foi porque as coisas aconteceram longe da gente. 
Tudo que aconteceu em todos os lugares fazia parte de nossas vidas de alguma forma. E não houve muitos pedaços do mundo livres de acontecimentos espantosos...

O ano começou e terminou com o terror barbarizando a França.

Os mesmos caras derrubaram um avião russo. e nos fizeram conviver o tempo todo com o desespero dos refugiados sírios.

E falando em aviões eles também foram derrubados voluntariamente por co pilotos. Pode?

Ficamos felizes mas desconfiados com aproximações do tipo Cuba - EUA e estamos sentados esperando para ver no que é que dá.

Também vamos aguardar o que realmente vai acontecer com as decisões sobre o clima (leia-se nossas vidas) tomadas em Paris recentemente.

Desconfiamos de tudo, afinal alem de tantos outros motivos, neste ano vimos que empresas super conceituadas, como uma tal que fabrica automóveis na Alemanha, mentem para vender mais e esquecem das consequências que podem trazer.

Também porque quando achamos que certas bobagens como o racismo foi controlado, as ruas norte americanas se enchem de conflitos entre negros e brancos.

A natureza foi cruel por várias vezes mas o que fez no Nepal foi triste demais, pior ainda o que fizeram com a nossa Mariana.

No Brasil perdemos as contas dos absurdos.

O ano começou com eleitos por unanimidade mas vai acabar com os mesmos sendo execrados por maiorias maiores ainda.

Estão presos, ministros, tesoureiros de campanha, líderes de partidos, grandes construtores, presidentes de confederações de futebol, senadores .

Fomos às ruas, mas não adianta, na terra de Macunaíma,quem não tem recesso de fim de ano é alienígena.

O ano termina e eu anda não entendi os motivos dos estudantes paulistas que invadiram as escolas.

As contas de 2014 foram reprovadas por unanimidade, mas chamam a atenção à isso de golpe.

Tivemos até agora 3 ministros da educação, mas continuamos caindo no ranking mundial.

Um mero mosquito é capaz de adoecer, matar e prejudicar seriamente o futuro do país, com um número crescente de casos de microcefalia. E ninguém fala das consequências disso. Deixarão para tomar providências, daqui a 6, 7 anos quando os primeiros pais forem bater na porta de escolas e hospitais em busca de ajuda.  

Também perdemos gente muito famosa e querida em todas as áreas. Grandes artistas, cientistas, jornalistas, e até um rei.

Claro que individualmente todos tivemos acontecimentos positivos em nossas vidas, mas os fatos bizarros, o excesso de cara de pau e de arbitrariedades mundo a fora nos deixam perplexos e torcendo para que a frágil e simples mudança de calendário possa trazer boas novas.

Ma eu acredito. Principalmente no que diz respeito ao brasileiro. A gente vai sobreviver apesar de nossos políticos.

Portanto, desejo a todos vocês, do mundo todo, um feliz natal e um 2016 só de coisas boas!


sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Impeachment? Não! Apocalipse Now!




Nem Deus sabe exatamente o que foi que fez o presidente da Câmara aceitar o pedido de impeachment, e mesmo que soubesse, Deus não deve ser adepto da delação premiada, esse troço esquisito, uma oficialização da deduragem.

E eu que jamais imaginei que um dia poderia dizer algo a favor de Dilma, sou obrigada a admitir que dá pena.

Acho que quando aceitou entrar nessa história toda não lembrou das técnicas usadas no meio, e fizeram dela a laranja mais visível do pomar.

Fico pensando sobre o que será que passa pela cabeça de Collor nesta hora...

Pior é ver o mercado imediatamente reagindo de forma positiva. Dólar caindo, bolsa subindo, como se esse frágil e fictício sinal de ajustes políticos fossem indícios claros de recuperação ética, moral e econômica.

Tudo conversa para anestesiar boi. Sim, porque não querem que durmam, precisam ir para a rua, fazer barulho, mugir sobre o que ordenarem ou induzirem.

Será que vocês imaginam  quanto tempo eles ganham com isso? A coisa vai se arrastar por meses a não ser que por um milagre qualquer abram mão das férias de final de ano. 

E se o milagre acontecer, Temer é o novo presidente? E? Muda o que? Melhora o quê?

Ah tá! Vocês vão dizer que melhora a economia, a confiança no país e etc. Sinal claro de que o mundo inteiro é formado por um bando de gente cínica. Ou retardada.

Não vejo saída que não passe por uma renovação de 100% dos políticos brasileiros. 


Só que sei que isso é impossível.

Com tanta coisa esquisita acontecendo como os terroristas na França, os atiradores americanos, o Aeds, a lama de Mariana, a microcefalia, enfim a zica toda, fico pensando se as escrituras não estavam certas e estejamos às portas do Apocalipse.

E cá entre nós, me parece a melhor solução. Ao menos no Brasil.

Porque não adianta. Se houvesse um caminho legal para uma nova eleição, votaríamos em quem?
os candidatos são os mesmos há décadas! Se os patriarcas (ou deveria dizer coronéis) morreram, deixaram herdeiros...



Os que não são descendentes de políticos tiveram todo tipo de motivo para tentarem cargos eletivos.

 E salvo raríssimos casos entre eles não está uma mudança realmente positiva para o país.

Somos uma nação enorme e complexa, mas nada justifica que nossos problemas sejam eternos.

A seca do Nordeste está lá desde sempre.As enchentes e deslizamentos de terra estão por toda a parte.

 A saúde piora a cada dia, a segurança é zero e o emprego, retirada a maquiagem é o que vocês estão vendo por aí.

Realmente não é bom nos entregarmos ao desespero e buscarmos novas soluções de sobrevivência, mas apostar na capacidade de resiliência do brasileiro não resolve nosso problema, resolve apenas os individuais.

De educação não falo mais. Não adianta. As pessoas fingem que se preocupam. Até agora, depois de mais de uma semana de invasões nas escolas paulistas, não vi uma entrevista que esclareça se os invasores (os estudantes não os paus mandados de organizações de baderneiros infiltrados) sabem o que ou por que estão lá.

Não vejo ninguém falar sobre as consequências em um futuro imediato da epidemia de microcefalia.
Quem vai cuidar dessas crianças? O SUS? tadinhas....

E os moradores de rua? São Paulo tem mais gente nas ruas do que nas casas.... um horror!

Por isso, não fico animada com o tal do impeachment. 

Precisamos sim de uma reforma política e social radical. E não vejo como ela pode acontecer nos próximos, 20, 30 anos.

Acho que vou começar a torcer pela veracidade das escrituras e pedir um apocalipse now!

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

O Príncipe, Maquiavel e outros maquiavélicos

Vocês que me conhecem sabem que me envolvo em vários projetos ao mesmo tempo.

Sempre foi assim, gosto de estar em contato com tudo do que realmente gosto.

Entre os projetos do momento está fazer algo que amo enquanto auxilio as pessoas que não gostam de ler.

Não gostar de ler, para mim é uma patologia, mas, há quem alegue diversos motivos.

Aí, me pediram para falar sobre o Príncipe de Maquiavel.

Minha resposta foi negativa, por um simples motivo: 

- Se você pretende entender a expressão tão (e cada vez mais) usada "fulano é maquiavélico" precisa ler o livro. 

E de preferência leia -o mais de uma vez, em fases diferentes de sua vida.

Li lá pelos 16 apenas para não sair por aí usando um termo que na verdade desconhecia.

Passei a usa-lo com mais propriedade, mas ao voltar ao livro uns 15 anos depois, o significado do termo tomou novas cores, novas texturas.

E cá entre nós, para alguns seres soltos (ou presos) por aí, usar o nome de Maquiavel em vão é até pecado!

Portanto, sem querer ser  maquiavélica e já o sendo, leia o livro!! 





sábado, 14 de novembro de 2015

Sobre Paris. Onde isso vai parar?




E a semana termina com notícias bizarras de mais um grande absurdo na França.

Só posso me perguntar até onde o ser humano vai levar seus instintos narcisistas e assassinos.

Terroristas são seres insanos e sem explicações possíveis.


Fanatismo moldado no desejo de poder disfarçado de fanatismo religioso.

Me comove a situação dos muçulmanos no mundo, sendo exibidos como parte dessa horda enlouquecida.

O Islamismo tem lá suas ideias incabíveis no século 21, mas jamais pregou assassinatos e outras barbaridades que são feitas em seu nome.

Pior ainda é ver muita gente apontando dedo indicando os culpados.

Quem é culpado nesta hora senão todos nós?

Se observarmos só pela linha religiosa, não podemos ignorar que todas as religiões que hoje subsistem comandaram ao longo dos anos grandes injustiças, apoiaram regimes terríveis e fomentaram guerras.

Se há exceções, e há, são pouquíssimas. Só consigo me lembrar do Kardecismo e da Umbanda, alvos constantes de escárnio e preconceito. Talvez os Amish... não sei, me falta informação para dizer.

Mas de uma coisa tenho certeza, todos somos responsáveis.

Cada vez que deixamos de ser aquilo que somos, pessoas, somos coniventes com a degradação ética e moral que o mundo vive hoje.

A soma de nossas pequenas guerras pessoais alimentam a visão deturpada do que é ser um humano, aquela espécie que se gaba de ser superior às outras por pensar...   

Pensam sim. Em dinheiro, territórios, vitórias a qualquer preço e cada vez mais!

Imaginem a situação dos refugiados a partir de hoje!

Pensem na situação dos amigos e familiares das vítimas!

E lembrem-se que nós, no Brasil, agradecemos por não sofrermos com atentados terroristas (amém!), mas sofremos um número muito maior de "baixas" diariamente por motivos absolutamente torpes como um carro, um smartphone e pior, um time de futebol....

Então, sejamos solidários com a dor das vítimas, mas não tomemos partido sem antes pensarmos em nossas próprias falhas.

O combate ao terrorismo será feito no ponto em que está, mas de nada adiantará se o mundo todo não parar e pensar cada ato diário.

Lembram?:"all we are saying is give peace a chance" ou "all we need is love" ou "you may say I am a dreamer, but I'm not the only one. I hope someday you join us and the world we'll live as one"
Ou nos sobrará a pergunta: Onde isso vai parar?

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

domingo, 13 de setembro de 2015

Semana Decisiva



Deixemos de lado eventuais dúvidas (muitos as tem) e vamos admitir que o atual governo foi eleito democraticamente.

Conseguiram por pouco, lançando mão de maquiagem nas contas públicos e de um estilo populista que atingiu em cheio uma maioria de miseráveis ou quase que além desta condição não tem instrumentos para analisar o que realmente se passava.

Houve também uma grande influência do inegável carisma de Lula a quem enxergam como um igual, aquele que veio "de baixo" e atingiu o maior posto do país. Se a presidente era sua "afilhada" sua indicação, em quem mais votariam, certo? 

Nos últimos dias porém, começaram a ver o castelo dessa amizade e desse apoio ruir com os ventos do agravamento da crise. Mas será que vão notar?

Só os deuses sabem como deve ter sido o final de semana em Brasília. Em que clima aconteceram as muitas reuniões? 

Desde o rebaixamento do país feito pela agência de classificação Standard & Poor's a situação tornou-se ainda mais assustadora.

As tais agências (outras tendem a fazer o mesmo), dão o caminho para decisões de investidores o que neste caso significa que eles fugirão do Brasil ou no mínimo criarão condições de empréstimos e investimentos nada positivas, mais caras e raras.

Chegamos a esta situação depois de anos de medidas de improvável sucesso, negando o alcance de crises internacionais e investindo no incentivo ao consumo ao invés de fortalecer a infraestrutura que permitiria o aumento da produtividade  e do comércio de nossos produtos.

Fico impressionada ao ver que alguns dizem que a agência de classificação exagerou. 

O que mais poderíamos esperar depois que o governo encaminhou um orçamento deficitário e em meio a um claro e amplo desarranjo setorial que atingiu praticamente a todos  mas especialmente o petróleo e as infindáveis e terríveis descobertas sobre o que se passou na Petrobras?

Pretendiam que as agências de classificação nos dessem "tempo" para apresentarmos planos de estabilização? Mais tempo? Sim, porque estão no poder há mais de uma década!

E nada mostra que pretendem rever sua forma de agir. Qualquer opinião ou proposta de discussão que venha de fora do partido e seus aliados é derrubada com a velha postura do "nós e eles", como a estória do dono da bola...

Agora o país tem pressa, muita pressa para construir uma "pinguela" (pra quem não sabe, uma ponte básica, frágil) sobre o fosso da derrota total.

E isto requer medidas firmes que dependem de muita capacidade de liderança. E como consegui-lo diante dos embates entre o Planalto e o Congresso?

Planos estratégicos precisam de análise. Mas neste caso, o mais básico conhecimento de gestão aponta a solução imediata: aumento de impostos.

Tá! eu também não quero isso, mas seria irracional de nossa parte pensar que apenas mexendo nos gastos como corte de ministérios e cargos públicos teríamos o dinheiro necessário para a sobrevivência do país.

Não se iludam. Haverá mudanças nos gastos obrigatórios (como previdência, benefícios sociais, salários do funcionalismo) e o Congresso não terá como negar. E os aumentos de tributos também virão e como sempre quem paga somos nós..

Só penso que a população, deveria exigir que antes dos aumentos de impostos e além dos cortes que podem ser feitos imediatamente independente do Congresso,nos sejam devolvidos os bilhões desviados nos atos de corrupção já confirmados. Seriam de muita ajuda!

Falam também em impeachment. Podemos até reagir de forma meio vingativa e querer muito que aconteça, mas não vejo essa possibilidade. E se acontecer? Muda muito? Não! Quem substituir este governo terá vindo do mesmo balaio e não terá poderes mágicos para mudar as coisas. No máximo pode vir a convencer levemente as agências de classificação de que algo está mudando para melhor.

E cuidado. A partir do ano que vem, com as eleições municipais, os rios de mentiras e falsas promessas recomeçam. Desta vez, fique de olhos bem abertos. Faça uma varredura em sua memória. Procure ver por exemplo, as declarações do ex presidente, padrinho da atual quando conseguimos bons resultados nas agências de classificação e o que ele diz hoje. É de uma incoerência assustadora!

De qualquer forma, sejamos fortes, porque esta semana será decisiva.       

domingo, 6 de setembro de 2015

Aniversário do Tatuapé







347 anos!

Não parece muito tempo, mas desde que Braz Cubas se instalou por aqui, muita coisa mudou.

Hoje fui ver a exposição em comemoração ao aniversário do bairro no Shopping Metrô Tatuapé que vem abrindo espaços importantes de arte, lazer e cultura na região, embora esse não seja o papel esperado de um shopping center, certo? 

A exposição foi organizada pela sempre na luta Gazeta do Tatuapé, e está muito bonita.

Porém, senti falta de mais fotos, de mais informações.

Aliás, por aqui, fora os registros e o amor demonstrado pelo bairro pelo sr. Pedro Abarca, há muito pouca coisa que divulgue nossa história ou demonstre o amor que temos pela região.

E o descaso começa pelo crescimento desordenado, pelo descaso com nossas ruas, a decadência do comércio e a falta de áreas de lazer que comportem o crescimento demográfico.

Já disse outras vezes que é muito triste ver a Av Celso Garcia jogada às traças.

É triste e preocupante ver os alagamentos que ela suporta evidentemente causados pelo boom imobiliário sem critérios dos últimos anos.

Também não se considerou o efeito dos arranha-céus no trânsito local.

E sinceramente, não consigo entender tanta falta de cuidado em um bairro que tem entre seus moradores vários vereadores e até deputados estaduais e federais. Como homens públicos, deveriam ver o que se passa e encaminhar as providências necessárias.

Não sei os interesses envolvidos, sei que não são os da população.

Quanto à exposição sobre o aniversário do bairro, estranhei a falta de material que poderia ter sido cedido por moradores mas principalmente pelos comerciantes antiquíssimos que temos por aqui e que fazem parte dessa história.

Também adoraria ter visto exposto o trabalho da escola de samba do bairro e do Corinthians!

Quem sabe nos próximos anos, a comemoração seja mais viva... afinal, conhecer a história é importante, mas mais importante ainda é nos envolvermos em tudo aquilo que traga benefícios à comunidade.

Parabéns Tatuapé.  

sábado, 29 de agosto de 2015

Não basta ir à Paulista!




"Se nós permitimos que a política e a administração pública chegassem onde estão, também somos capazes de mudá-las. E são caras como eles que o farão."( Alexandre Schneider hoje no Facebook sobre um grupo de jovens para quem palestrou)

Pois é, a frase acima de Alexandre Schneider me deixou feliz e inspirou mais um post sobre a questão da gestão pública no Brasil.

Como disse Schneider e eu cansei de debater aqui e nas redes sociais, NÓS, TODOS NÓS permitimos que a política e a administração pública brasileira chegasse ao ponto catastrófico em que está hoje. 

E sim, é nos jovens que precisamos apostar para que a mudança aconteça!

 Não que não existam leis que nos obriguem (parece que só assim as pessoas funcionam...)a mudar a cara da administração publica por aqui, afinal o GESPÚBLICA, Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização foi instituído em 2005! E nesses 10 anos, houve muitas tentativas mas poucos resultados diante de nossas necessidades.

Como especialista em gestão pública, fiz minha parte e quero muito continuar fazendo!

Mas acho que nada me autoriza mais do que ter estado dos dois lados da trincheira, o dos que buscam a transformação e a dos que a temem. Sim, trincheira, porque trata-se de uma verdadeira guerra.

Conviver ao lado dos temerosos por 32 longos anos me mostrou o quanto somos prejudicados por questões culturais.

Seria possível escrever uma série de postagens para esmiuçar o assunto. Começaríamos nos tempos do Império onde nem todos que acompanharam o imperador nos deram um bom legado. Teríamos que pensar na derrama, mais tarde nos "coronéis" até chegarmos a Macunaíma, na Lei de Gerson e na Lava jato.

Portanto, para não cansar demais meus leitores, vamos resumir o caso no seguinte: mudança cultural no serviço público é a principal barreira a superar.

Por isso concordo com Schneider quando diz que são os jovens que farão mudanças. Isso porque gente nova, sem os vícios dos antigos funcionários "letra o" (  http://www.vagalume.com.br/inacabada/maria-candelaria.html   ), orientados por quem tem experiência no setor, entenderiam, ajudariam a planejar  e adotariam  as mudanças estratégicas necessárias.

Mas é preciso também rever a legislação que rege os órgãos públicos federais, estaduais e municipais.

A estabilidade quase inquestionável dos servidores públicos é um grande entrave motivacional (mas claro que eles não veem assim). Faz com que grande parte se acomode, esqueça de acompanhar as inovações rápidas do mundo de hoje.

Desanimam também, porque quase nunca as tentativas de auto reciclagem, de oferta de ideias são revertidas em evolução funcional, muito menos salarial. Em São Paulo, por exemplo, alguns cursos ofertados aos funcionários, só tem garantia de sala cheia por serem obrigatórios. A ausência corta verbas....E nada do que fazemos obrigado é bem assimilado ou provoca mudanças.

E depois da mudança cultural, vem também a necessidade absoluta de adotarmos a meritocracia no setor público! Só que essa é outra muralha a escalar sabendo que quedas e lesões serão coisa certa. Isso porque atinge a necessidade de trocarmos as indicações políticas pela meritocracia. A cada nova gestão mudam os que ocupam os cargos mais altos e os funcionários de carreira na maioria das vezes são deixados para trás e passam um bom tempo tendo que corrigir erros alheios além de ter que ensinar a trabalhar, aqueles que são melhor remunerados. Não dá!  Mas vai dizer isso aos políticos!

E não podemos nos esquecer de que antes mesmo da necessidade do conhecimento e da aplicação de modernas ferramentas de gestão, o serviço público precisa valorizar projetos e dar continuidade a eles. O país não suporta mais a interrupção quadrienal  de projetos pelo simples motivo de que pertenciam ao candidato de outro partido.

A questão é complexa mas apaixonante! Garanto aos mais jovens que o desafio vai agradá-los.

Precisamos protestar, temos tido boas vitórias. Mas precisamos também propor mudanças e agir na direção delas. Precisamos construir um novo país e para isso, não basta ir à Paulista.

PS - desculpem, mas não sei o que criou as faixas brancas no texto...


quarta-feira, 26 de agosto de 2015

As eleições vem aí, quem sabe?





O último post provocou críticas que diziam que eu estava sendo muito pessimista, que não via solução para os problemas do país.

Mas não é verdade. Não só penso em soluções como acredito que um dia a coisa vai mudar. Mas não no cenário atual.

Mas críticas sempre nos fazem pensar e foi o que fiz. Nunca ocupei cargos políticos, muito menos os que implicam em grande autoridade. Mas acho fácil para qualquer um imaginar o quanto deve ser difícil lidar com um país deste tamanho, com estados e cidades imensos, especialmente quando nossa herança cultural não é das melhores.

As eleições municipais vem aí. Estou antecipando demais? Que nada! Pode ter certeza de que o ano eleitoral já começou, que as campanhas já estão sendo delineadas nos bastidores.

E aí repito: não é pessimismo meu, mas será tudo igual, a não ser que a população acorde!

Entre as ideias que tive pós crítica uma adoraria que provocasse alguma reflexão nos meus leitores: começarmos as mudanças pelos pequenos municípios!

Começarmos quem cara pálida?! 

Nós, o povo.

Explico: nos municípios menores, os candidatos estão mais próximos da população. É mais fácil sabermos quem realmente são, suas ações e suas ideias.

Também é muito mais simples ajustar pequenas e médias estruturas do que tentar botar ordem numa São Paulo, ou em um  Rio de Janeiro...



E não venham dizer que estou menosprezando as pequenas administrações! Ao contrário estou propondo à elas que sejam o motor da mudança de que precisamos!

Mas a começar pelos eleitores todos tem que rever seu comportamento.

Parem de eleger políticos em troca de favores ou baseados apenas em seus discursos bonitos. 

Procurem saber sobre atos concretos, analise seus projetos. 

Também será impossível estruturarmos de vez a democracia se a população não estiver disposta a participar das decisões políticas de sua região. Nossas leis abrem espaço para uma participação e uma capacidade de intervenção plenos. Talvez em outro post eu os enumere aqui, ou quem sabe, te encontro em uma de minhas palestras...

Precisamos ainda que pessoas bem intencionadas deixem sua zona de conforto e, desde que preparadas, abracem a ideia de serem candidatos, por que não?

Quanto às administrações de pequenos municípios, é preciso que se profissionalizem!

Uma cidade que quer crescer, se desenvolver e gerar valor (lícito) para todos os envolvidos precisa investir antes de mais nada em conhecimento!

Para entenderem do que estou falando, cito o exemplo de casos que atendi em orientação organizacional para pequenos empresários. Eram donos de pequenos escritórios, lojas ou prestadores de serviço. Só para começar, eles não entendem que são pequenos empresários! Chamam a si mesmos de dono da lojinha, chefe dos balconistas e por aí vai! Não abrem espaço para algo maior, como se isso fosse  ruim.

Na administração pública a coisa é mais complicada ainda. Por mais que o tempo passe, em muitos lugares ainda vivemos na época colonial, na era dos poderosos coronéis sertanejos ou dos gerentes ditadores. 

A estrutura da administração pública, somada às nossas ideias equivocadas e baseadas na lei de Gerson ou na filosofia do "sabe com quem está falando?" traz imensos prejuízos.

A pior parte é esta, trabalhar uma mudança cultural. E isso começa com o conhecimento e o cumprimento dos direitos e deveres de cada um de nós.

Fora isso, hoje temos ferramentas de gestão que facilitam muito o trabalho de qualquer administrador interessado em fazer as coisas fluírem bem.

Começando com uma visão estratégica da administração é possível realizar o planejamento das mudanças necessárias, desde que esta vontade comece lá nos altos escalões administrativos, sem perder de vista que hoje, nos tempos da administração estratégica, por processos e na era da informação, todos os colaboradores devem ser envolvidos.

As eleições vem aí, quem sabe?


segunda-feira, 24 de agosto de 2015

E o Brasil? Precisa de quê?





Não escrevo há muito tempo por aqui. É que neste país montanha russa fica difícil você manter algum equilíbrio. Há muito o que fazer, muitas frentes a serem atacadas e aí, se você não tem poder, desanima.

Mas esse poder individual existe nas democracias,  no Brasil ela é meio desconhecida da população.

Ainda pensamos que somos pequenos demais para tentar mudar alguma coisa, andamos meio perdidos diante de tantas decepções com a política e os políticos, enrolados pela crise e perdemos focos necessários.

Raros casos como o da cidade de Jacarezinho no Paraná vem para nos animar um pouco embora precisasse acontecer várias vezes ao dia para que os benefícios fossem vistos por todos.

Já cansei de dizer que nosso calcanhar de Aquiles é a educação, que se fosse eficaz geraria a capacidade de análise e interferência na situação em todas as áreas. Mas a educação é um processo de resultados a longo prazo e estamos com a água no pescoço! (Não, água não tem, digamos a corda).

Aí, leio na Veja  (e mais umas pesquisas), que um chileno e um venezuelano (portanto nossos hermanos), atuantes no mega eficiente MIT tentam responder a questão: Por que a Informação Aumenta.

Partindo do princípio de que a informação é um processo que implica em fragmentação de seu objeto de análise seguida de observação criteriosa que possa levar a uma ordem lógica que descrevesse qualquer situação, material ou produto e acrescentando que unido à melhoria da educação a informação ganharia fôlego eles chegariam a resposta. 

Mas dizem também que essas pessoas educadas deveriam ser capazes de trabalhar em equipes, de maneira coordenada.
Preciso muito ler o livro, me pareceu muito interessante. Mas vou sentar e esperar que alguém o adapte eficientemente à realidade brasileira.

Digo isso porque entre outras coisas, na entrevista César Hidalgo fala da importância de que algumas necessidades básicas como segurança, transporte, comunicação, políticas de relações comerciais, abertura de mercado estejam em ordem para que se crie um circulo virtuoso onde a informação somada à educação traga resultados positivos.

Um dos itens citados é a confiança em contratos.

Como faz para confiar em contratos no Brasil em um momento em que a cada dia surgem novas denúncias de corrupção?

Como confiar em um país que faz de conta em tudo?

Percebem? Se por aqui, vivemos quase que em uma peça teatral permanente onde a população é figurante, que apenas assiste aos atores dizendo seus textos, desenvolvendo posturas sob a regência de diretores e produtores que também criam estórias, com e, o tempo todo, qual tipo de informação eficaz podemos produzir?

Claro que vai  tem quem leia isso e me chame de louca. Temos cientistas, empresários, enfim, gente de todas as áreas produzindo coisas boas, mas a que preço? E quem vai se beneficiar de seus produtos e descobertas. Quanto eles terão que pagar para viabilizar seus feitos?

Ano que vem tem eleições municipais. Quem quer apostar comigo que ouviremos exatamente as mesmas coisas de anos anteriores apenas acrescentando os fatos ruinosos mais recentes? E quem aposta que depois de assumir, tudo continua na mesma?
Tudo isso porque aqui, educação e informação inexistem. As duas juntas então, nem pensar!

Mais impensável ainda é o terreno fértil e líderes com pensamento ganha-ganha de que o entrevistado fala.  

Desejo sorte aos teóricos do MIT e também que eles tornem viáveis suas teorias para muitos países.

Mas sugiro a eles que sejam extremamente cautelosos quando se depararem com dados fornecidos por órgãos públicos e institutos de pesquisa brasileiros.

Informação aqui não responde à questão: E o Brasil? Precisa de quê?