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sábado, 16 de julho de 2011

Google, nossa memória

Os cientistas que me perdoem o palpite, mas fiquei estarrecida com a reportagem da Veja intitulada Google, como ele afeta o cérebro.

De tudo o que está ali, só registraria duas coisas:

1- Os dados históricos - Sócrates lamentava a  popularização da escrita  achando que a possibilidade de anotar informações tornaria a mente preguiçosa. O mesmo foi dito com o surgimento da impressão (Gutemberg).

2- A frase do @miguelnicolelis :"o cérebro é uma orquestra sinfônica em que os instrumentos vão se modificando à medida que são tocados"

Não tenho bases científicas para contestar a matéria que gira em torno de uma pesquisa de psicólogos da Universidade de Columbia  e cita outras opiniões de outros pesquisadores.

Todos eles falam dos "prejuízos" causados pela internet e mais especificamente de sites de busca como o Google, claro.

Segundo eles, sabermos que a informação estará armazenada na rede, faria que passassemos a desprezar a memorização de dados o que nos levaria a uma menor capacidade de fazer conexões cognitivas, resumidamente de raciocinar, de pensar.

Olha, só de olhar o item 1 aí em cima, me parece que já vi este filme....

Entre os pesquisadores citados há tambem uma especialista em aprendizado da leitura e linguagem que diz que hoje, passou-se a ler sem análise nem crítica o que levaria a dificuldades de concentração.

Adoraria que vcs opinassem a respeito, porque eu não vejo a coisa assim. Será que estou enganada?

Acredito sim, que e pessoas que nascidas em uma época onde a educação formal despencou em qualidade (especialmente nos países de 3º mundo, emergentes, etc e tal), a capacidade de cognição e raciocínio não será a mesma de antes.

Acredito também, que para essas pessoas, ter milhões de fragmentos de informação ao toque de um dedo não lhes permite nenhum crescimento intelectual além da capacidade de criar colchas de retalhos formadas por letras e frases copiadas e coladas.

Para quem teve uma formação adequada, aquela que leva à capacidade de criar conexões entre assuntos diversos, deslizar por áreas diferentes para construir uma opinião, uma descrição, o grande número de informações armazenaveis além de nossa capacidade cerebral, só pode ajudar!

Penso até, que o acesso ao armazem digital mundial de informações pode levar à extensão de tempo útil do cérebro humano.

 Imaginem cientistas idosos (e cada vez mais eles chegarão à idade avançada) com sinais de "desgaste" da memória, o que é (por enquanto) considerado natural, poder contar com dados essenciais para continuar seus trabalhos de pesquisa?

Também não imagino que alguém que sempre leu e gostou disso, por culpa da rede perca a capacidade de concentração para ler e compreender um bom texto.

O que não dá para entender mesmo são sujeitos como o sr. Nicholas Carr entrevistado na matéria, que escreve um artigo sobre nossa idiotização causada pelo uso dos sites de busca!

 O autor do tal artigo é considerado um grande articulista, o que me dá mais medo ainda!

Bons articulistas convencem. Convencem especialmente os que não conseguem formar opinião própria.

 O pior é que um sr como ele, ganham fortunas com seus escritos. Vale ler a entrevista por conta das 4 perguntas finais. É hilário....

Sinto muito, mas eu, uma senhora de "meia idade" quero mais é que o Google e tudo que há na rede cresça cada vez mais e que possa guardar nossas memórias e deixa-las lá, para consulta de todos.

Agora, o que as pessoas vão fazer com essa informação depende da capacidade de cada um.

Se for um uso nefasto, ou de má qualidade, não podemos creditar isso ao Google ou a qualquer outra ferramenta tecnológica existente ou a existir...

Como sempre digo, a culpa é sempre nossa, pessoas...

Google, delete as opiniões contrárias aos seus sucessos.  

2 comentários:

  1. Olá,Patrícia!Parabéns,pela lucidez desse texto.Concordo contigo em todos os aspectos,e ainda vou mais além:Antes do google,pelo que se sabe, sempre houve as mesmas reações naturais com nossas memórias.Independente de termos leitura ou não...e de vivermos pesquisando nele ou não.Creio que cabe a cada pessoa (selecionar,priorizar) o que guardar.E depois o que seria de nós,hoje, sem o google?!(risos)"Bons articulistas convencem,convencem especialmente os que não conseguem formar opinião própria." Valeu!

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  2. Estão propondo um conceito novo para a interconexão entre a memória virtual e a nossa mente: "transactive memory".

    confira no site da "bbc" de Londres.

    http://www.bbc.co.uk/news/science-environment-14145045

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