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segunda-feira, 27 de junho de 2011

#TWITTERMIX 2011

Acontece em 23 e 24 de Julho de 2011 em Bento Gonçalves - RS o 2º TwitterMix!

O encontro é o caminho para tornar real relações virtuais, ao mesmo tempo em que se discute assuntos indispensáveis diante das novas realidades da comunicação.

Falei sobre o encontro do ano passado por aqui.

Naquela época, fiquei muito frustrada por não poder estar lá!

Mas graças aos deuses neste ano estarei lá, com o corpo congelando mas a alma incendiada!

Como não consigo ficar quieta, vou dar aqui os meus palpites sobre os temas que serão abordados, mas de antemão, digo à vcs que tenho certeza de que o evento organizado pelos queridíssimos @ochato e @rutevera será imperdível!

Para entenderem do que estou falando acessem: http://www.twittermix.net/  e terão todas as informações .

Serão 4 painéis de discussão.


No primeiro, o Presidente da Assembleia Legislativa do RS, Adão Villaverde, falará sobre redes sociais e política - uma nova ética?

No 2º - Mix de Gerações Brasileiras

 No 3º - Redes Sociais na sala de aula

No 4º - Sobre o projeto UCA (um computador por aluno)

Então vamos lá:

 Quanto ao primeiro painel, já falamos várias vezes sobre o assunto por aqui.
Para mim, a participação de políticos e personalidades públicas nas redes sociais é fundamental e inicia uma nova forma de relacionamento entre o poder público e a população.
Foi muito interessante notar a presença em massa de políticos de todos os partidos durante o período eleitoral.  Mas como previ aqui, a maioria deles desapareceu após o pleito.
Os poucos que permaneceram, mantém sua participação na rede divulgando seus trabalhos ou de seus partidos  ou ainda travando contato direto com seus eleitores.
Acho isso fantástico! Uma demonstração quase de coragem por parte dessas pessoas. e um exercício enorme de cidadania por parte dos usuários.
É comum observarmos ataques às pessoas públicas que se apresentam na rede, atitudes até deselegantes, mas esta é uma situação inevitável que descreve o despreparo das pessoas para com a democracia e pior, para com as atitudes adequadas a um ser "civilizado". Afinal, divergência de opinião é uma coisa, agressão é outra bem diferente.
Com isso, novos "degraus" éticos deverão ser construidos sim.
Um detalhe, que para mim, estranhamente incomoda as pessoas são os tipos de perfis presentes na rede: os institucionais e os pessoais. Sim, porque políticos também são pessoas, e muitos deles mantém perfis voltados para suas funções e outros para uso pessoal. Há também os que participam tanto como pessoas comuns como públicas usando o mesmo perfil.
Eu gosto muito disso.
Acredito que esta oportunidade criada pelas redes sociais só traz benefícios para os dois lados.
E afinal, aqueles que optam pela carreira pública ou política não fazem mais do que a obrigação ao comunicarem-se de forma transparente com a população. Esconder-se em seus gabinetes, já não faz sentido. Alegar dificuldades de chegar ao eleitor, menos ainda....


E o segundo painel então??? Também já debati muito!

Imagino que a ideia do palestrante será abordar o assunto a partir do conceito de geração, aquele período de tempo em que características culturais dos povos se definem e são apresentadas ao mundo como um estilo de vida, de pensamento.
Me incomoda muito essa falação sobre a tal geração Y, aquela cheia de "super poderes"  tecnológicos, que vem sendo cantada pela mídia como o jeito certo de ser especialmente para o mercado atual.
Para mim, essa é mais uma daquelas equivocadas imitações que fazemos da cultura do hemisfério norte.
No Brasil há sim, uma pequena parcela de jovens que podem ser descritos como da geração Y. São aqueles pertencentes às classes A e B que por fortuna familiar receberam uma boa educação e tem as portas abertas no mercado de trabalho. Por outro lado, são aqueles que não se importam se as portas fecharem (ou se não estiverem interessados nas abertas) já que não dependem do trabalho para sobreviver. Fala-se também de que são muito antenados com atividades de sustentação do planeta ou da economia, mas que são um tanto quanto míopes em relação aos humanos de classificação geracional diferente...
Agora, opino que quem insiste hoje em descrever a juventude brasileira na geração Y está completamente cego.
A maioria de nossa juventude, não está preocupada em saber a qual geração pertence, mas sim em ter condições de sobreviver ao salário exíguo que recebe. Para eles, não adianta ler as matérias das revistas voltadas para "jovens executivos" ou "jovens empreendedores" que sugerem volta e meia que você não deve se submeter a chefes tiranos mas deve agir como os verdadeiros líderes que não aceitam baixos salários ou funções "que não tem a ver" com eles.... Ou ainda aquelas que sugerem que quando você está em uma encruzilhada profissional deve optar por um período "sabático" aquele onde você resolve parar tudo para viajar pelo mundo ou dedicar-se a estudos aprofundados!! Para a maioria, uma balela...
O pior é que esses jovens das classes C, D e E, acabam tendo acesso a essas informações (ainda bem!), mas que sentimentos isso traz? Sensação de estar deslocado do mundo contemporâneo? Menos valia? incapacidade pessoal? Inconformismo? Sim, porque poucos reagem de forma pragmática, agressiva, indo atrás do que pode alcançar de melhor. A maioria, desprovida de apoio e acompanhamento, deprime-se.
Não vejo necessidade de criarmos uma classificação de gerações para o país, e discordo totalmente do uso das classificações criadas por culturas diferentes da nossa.
A cada dia, sinto maior necessidade de que o Brasil faça um resgate de suas raízes, de sua cultura, para que possamos desenhar um futuro nosso, independente, frutífero.

Uno o 3º e o 4º painel em uma única observação.

Seria muito bom que todo aluno no país tivesse um computador para usar.
Mas como usa-lo na sala de aula, depende também dos professores e não é difícil observar que eles tem tido uma certa resistência ao uso dos computadores ou das redes sociais em sala de aula ou para a educação.
Há pouco tempo dei uma passeada pelas redes para verificar o número de relaçoes existentes entre educação/redes. E descobri que há iniciativas (poucas), mas que elas são logo abandonadas. Por que será?
Acredito que antes de distribuirmos computadores para alunos, temos que formar professores familiarizados com as possibilidades que as novas tecnologias e as redes sociais oferecem. Também é preciso mostrar aos pais a importância desta nova forma de educar e aos alunos convencer de que é possível descartar momentaneamente a função diversão do uso do computador ao mesmo tempo em que se transforma a educação em algo mais lúdico e que facilita os processos cognitivos.

Torço muito que o #TwitterMix deste inverno nos traga novas perspectivas, promova o debate e aproxime pessoas que olhem com carinho e solidariedade para este nosso país.

Nos encontraremos em Bento Gonçalves?

Espero que sim!!

Notícias

Pessoas, já avisei no Twitter mas faço questão de dizer aqui também que tive que desistir da pesquisa sobre redes sociais que queria fazer.
As pessoas não se propuseram a responder ao questionário, exceto algumas poucas.
Agradeço de coração aos que responderam. Os dados ficarão guardados, quem sabe os uso futuramente.
Lamento muito por isso que mais uma vez reforça minha opinião de que as pessoas não se manifestam como a democracia nos garante.
É uma pena pois desta maneira, seremos sempre manipulados pela midia e pelo poder constituído. Hoje em dia , pior ainda, por celebridades que nada tem a acrescentar.
Fiquei muitos dias sem meu PC, mas logo logo atualizo os blogs.
Até mais

terça-feira, 14 de junho de 2011

Monja Coen - Uma Pessoa Real

O cantor, ator, escritor e apresentador (entre outras coisas) Ronie Von, sim, aquele chamado de Príncipe nos tempos da Jovem Guarda, tem um programa na TV Gazeta o Todo Seu que vai ao ar de segunda à sexta às 22 horas.

O programa é conduzido com a típica gentileza e elegância do apresentador e aborda assuntos interessantes e excelentes entrevistas.

Às quartas-feiras, há o quadro Grandes Mulheres, que traz personalidades femininas de todas as áreas.

No dia 8 de Junho, a entrevistada foi  cidadã Claudia Dias de Souza, ou como a maioria a conhece hoje, Monja Coen (Co:único En: nuven), uma canceriana que como a água que rege seu signo preencheu todos os espaços possíveis em uma vida.




Vocês sabem o quanto me interesso por filosofias e religiões, especialmente as orientais, por isso, a Monja é uma das personalidades contemporâneas a quem mais admiro, e assistir à entrevista foi um enorme prazer e só reforçou minha admiração.

Vou reproduzir aqui o que sou capaz de lembrar. Mas para quem quiser conhecer mais há o livro biográfico escrito por Neusa Steiner, Monja Coen - A mulher nos Jardins de Buda (Ed. Mescla 2009).

E a história dela é fantástica!

Me fascina pelos caminhos aparentemente tortuosos mas que descrevem uma busca pessoal daquelas de que falo aqui ou no Paz e Tal: é a busca pela vida real, o empenho em tornar-se aquilo que somos em essência, apenas pessoas.

A Monja vem de uma família tradicional paulistana, cristã como a maioria.

Casou-se aos 14 anos com o piloto de corrida Antonio Carlos Scavone e aos 17 já era mãe. E na minha opinião,isso a aproxima da realidade de muitas jovens brasileiras, principalmente se considerarmos que o casamento terminou ao mesmo tempo do nascimento da filha.

Prima de Arnaldo Batista e Sérgio Dias (dos Mutantes), conviveu de perto com o rock nacional, trabalhou como iluminadora em shows de rock, estudou direito, foi bailarina e jornalista em vários veículos pelo país.

Naquele período, muito se falava de revolução e a jovem "multi tarefas" começava a tentar entender o que seria isso, qual seu significado.

Ao mesmo tempo, admiradora do Pink Floyd e dos Beatles por suas músicas e letras que considerava inteligentes e pela incrível  capacidade de comunicação das bandas com seu público, a Monja observava que os componentes dos dois grupos, tinham uma atividade comum: meditavam.
E isso despertou nela a curiosidade pelo assunto. Passou a "testar" a meditação por conta própria.

Com certeza, o fato que mais me chamou a atenção na entrevista foi o de que chegou a ficar presa em Estocolmo na Suécia  por ser flagrada portando LSD.

A Monja comentou que evita falar da sua experiência com drogas, por temer que isso incentive os jovens a buscar na droga um sentido para sua vida.

Esclareceu que como muitos naquela época, o uso de drogas era uma tentativa de ampliação da consciência que camuflava a busca do sentido da vida, da existência de um Deus, de novas realidades.

 Segundo a Monja, o contato com diversos tipos de pessoas proporcionado pela atividade com o jornalismo,  fez com que se abrisse para o mundo.

Curiosa com as informações que recebia como jornalista, decidiu buscar por uma orientação melhor sobre meditação em Los Angeles nos EUA,onde o tema era muito estudado.

E foi ali, através dos estudos no Zen Center of Los Angeles que começou a descobrir, que os tais estados de expansão da consciência dispensam o uso de drogas ou outros elementos externos a nós.
 Que a a respiração e a meditação são os motores desta supra consciência que nos mostra também que a grande revolução é a do coração.

Era 1983 e logo depois, transferiu-se para o convento Zen Budista de  Nagoia no Japão para dedicar-se à sua nova opção de vida.

 Foram 12 anos de estudos intensos.

Considera os dois primeiros anos os mais difíceis já que não falava a língua.

 Refere-se a atitudes nada apropriadas àquelas pessoas, que muitas vezes creditavam à ela falhas cometidas.

Voltou ao Brasil em 1995 com o marido (também monje e 18  anos mais jovem) e passou a dirigir o Mosteiro  Busshinji,  no bairro da Liberdade em São Paulo.

 Tornou-se a primeira mulher não japonesa a assumir a  Presidência da Federação das Seitas Budistas do Brasil.

 Sua regência, trouxe uma mudança importante que não agradou muito aos líderes no Japão, a monja abriu as portas do templo aos brasileiros, traduziu textos trdicionais para o português, etc.... O fato de não ser japonesa, ser mulher e "facilitar" o acesso dos brasileiros aos estudos Zen Budistas, fez com que temposo depois fosse substituída por um dirigente, digamos, nos moldes trdicionais.

Assim, Monja Coen passou a reunir um grupo de seguidores na sala de estar de um de seus alunos. O grupo cresceu muito rapidamente e foi criada então a comunidade  Zen Budista Zendo Brasil no bairro do Pacaembu, onde a Monja ministra palestras,orientações e cursos.

Ronie Von a questionou sobre o porquê de as pessoas temerem tanto a morte. Monja Coen falou de nossa mente dualista que separa as duas coisas Vida e Morte, quando na verdade deveríamos analisar isso como vida/morte, um contínuo, um processo incessante e que não podemos nos esquecer de que a pessoa que se vai pela morte vai continuar a viver em nossas vidas, será por nós eternizadas.

Para ela, o mais importante é que tenhamos a compreensão de que com clareza e discernimento devemos atuar para a melhoria de todos, pois todos temos o direito à felicidade.

Para isso, é imprescindível que possamos compreender que o grupo, a comunidade, a cidade é mais importante do que o indivíduo. Que se eu fizer o bem para a cidade e a comunidade estarei trazendo o bem para a minha vida também. 

Espero que este texto desperte a curiosidade de vocês, independente da religião que pratiquem, aos sábios ensinamentos de Buda e seus seguidores.

Para encerrar, confesso que não foi fácil para mim elaborar este texto, ao contrário do que e o habitual. Vocês sabem, sempre escrevo de forma impulsiva, faço as publicações imediatamente. Mas minha admiração pela Monja Coen e a responsabilidade de abordar especificamente uma religião, em um país onde há tanta disputa nessa área, dificultou um pouco as coisa.

Eu, continuo pensando o mesmo: o que importa é a absorção de todo e qualquer conceito que nos leve ao respeito mútuo e à paz que virá como consequência.

Que vocês percebam, Monja Coen é uma pessoa real.


Para ler mais:
http://global.sotozen-net.or.jp/por/denomination.html


www.sotozen.org.br/historico/busshinji.htm


www.monjacoen.com.br


www.zcla.org